domingo, 21 de outubro de 2007

JACIARA – ALTAR DA LUA

- Primeiro templo da Igreja Evangélica Ass. De Deus - 1.960
As raízes de JACIARA, reportam aos idos de 1877, quando os irmãos Limirio Enéas de Moura, Luís França de Moura, Osório Irineu de Moraes, Manoel de Moura e sua esposa Elvidelina Malhado de Moura chegaram na região e fixaram se às margens do Rio Brilhante. Oriundos da cidade de Estrêla do Sul, em Minas Gerais, os três irmãos, no local onde hoje situa se, a Fazenda Brilhante, instalaram oficialmente a primeira moradia de “homens brancos e cultos”.
Antes das famílias França e Moura, já havia presença humana na região. Inscrições rupestres no sítio arqueológico denominado Vale das Perdidas registram a presença de povos na região há aproximadamente cinco mil anos, conforme estudos feitos por arqueólogos na atual região do Vale das Perdidas. Um desses povos primitivos, os Bororós, viviam no Vale do Rio São Lourenço. Autóctones, os Bororós denominavam a região de “Orári Mógo-dóge” (nome indígena que significa “região dos rios em que abundam peixes pintados”), habitantes do curso inferior do vale do Rio São Lourenço, receberam o apelido de “Porrudos”, da parte dos paulistas, que os avistando de longe, pensaram que os mesmos possuíam membros viris desconformes porque os índios usavam gomos de taquara apenso aos órgãos genitais cuja finalidade era a proteção contra as dentadas afiadas de piranhas do Pantanal.
A denominação autóctone da tribo é Bói, que quer dizer, índio Bororó. Oficialmente os Bororós formam a primeira presença humana nativa na região. Na aldeia indígena situada à oitenta quilômetros do distrito de São Lourenço de Fátima, no município de Juscimeira, alguns anciões do que restou da brava tribo, conta com detalhes as histórias ouvidas dos mais velhos sobre os embates sanguinolentos travados entre o então povo indígena e os novos habitantes do Rio Brilhante, narrações estas confirmadas em partes pelos remanescentes das famílias França e Moura. Porém antes dos Bororós, historiadores e lendas dão conta de um povo dotado de extrema mobilidade e destreza em suas pequenas e rápidas canoas de junco que cruzavam os rios do Pantanal, os Paiaguás, que faziam longas incursões às margens dos rios navegados, e em função do Rio São Lourenço, várias vezes visitaram o município travando violentas lutas com os bororós pelo suposto domínio desta terra. Entretanto a descontinuidade e a natural rivalidade entre um povo e outro, fez com que ambas as tribos, Bororós e Paiaguás, desaparecessem da região sem deixar vestígios de suas características étnicas.
De 1.877 até 1947, passados mais de meio século - setenta anos, a história praticamente pára no tempo na região. A colonização é feita de forma lenta e desordenada e a presença do homem branco se concentra nas regiões do Brilhante, com as famílias França e Moura e no Jatobá, hoje distrito de Celma, com a presença da família Maciel. Os irmãos Doca e Moreninha Maciel, bem como seus descendentes representam um importante elo de ligação entre o “ontem” e o “hoje” na história jaciarense.

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