sexta-feira, 19 de outubro de 2007

IPAN CONSTATA DEGRADAÇÃO NO VALE DAS PERDIDAS



Uma equipe do IPAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, chefiada pela arqueóloga, Maria Clara Migliacio, esteve visitando recentemente a Gruta das Perdidas, situada no município de Jaciara.
A Gruta, localizada no Vale das Perdidas, é um dos maiores patrimônios históricos de Mato Grosso. Situada a pouco mais de dez quilômetros do centro da cidade, a Gruta das Perdidas possui inscrições rupestres que datam de mais de cinco mil anos e falam de uma cultura de uma civilização já extinta.
Segundo a Doutora Migliacio, sua equipe veio até Jaciara, com o objetivo de fazer uma visita “in loco” com o fim de se averiguar as reais condições de preservação deste sítio arqueológico. Preocupada, Migliacio condenou a forma desordenada com que o sítio vem sendo visitado, uma vez que “os sítios arqueológicos possuem recursos naturais não renováveis que danificado, não se tem como recompô-lo, tal a singularidade da composição das rochas e materiais ali existentes”.
Foram constatados pela equipe de Migliacio, dois tipos de depredação: Um próprio da natureza - que é o deslocamento de suas placas por ações naturais fazendo com que se percam várias parte dos desenhos existentes nas paredes, e outro proveniente das queimadas próximas do local. Para a arqueóloga é necessário que a Prefeitura Municipal e os órgãos ambientais existentes em Jaciara, tomem uma posição, com medidas urgentes contra estas queimadas e a deflagração de uma campanha de conscientização para os visitantes do local, em relação ao procedimento próprio, inclusive que tais visitas só sejam feitas com monitores guias treinados especialmente para este fim.
Mesmo registrado no IPAN, o Vale das Perdidas, até o presente momento, ainda não foi beneficiado com nenhuma ação por parte do órgão ou dos governos representados por ele e que garanta sua preservação. O tombamento da área e outros investimentos tão necessários à proteção desta beleza arqueológica, continua sendo só sonho dos ambientalistas e demais defensores locais.
Foto: - Vista parcial de uma inscrição rupestre na parede da gruta.